
Após Sweeney Todd, Tim Burton regressa como realizador com (mais) uma adaptação do universo criado por Lewis Carroll, se bem que com algumas nuances, nomeadamente o facto de neste filme a Alice ser uma jovem adulta que regressa ao País das Maravilhas após já lá ter estado em criança.
Esta incursão não foi a melhor, pois a parte argumentativa não acompanhou a parte visual. O visual é, de facto, belíssimo. Tim Burton criou cenários memoráveis e que não foram ainda melhores, pois o facto de o filme ter a chancela da Walt Disney levou a que a parte negra e gótica do realizador não fosse mostrada com maior força. Sendo assim tudo é colorido, diversificado e cheio de imaginação. No entanto, algumas cenas ficaram ligeiramente mecanizadas e outras demasiado “sufocadas” pelo CGI. Mas essas partes não estragam a experiência, e todo o arrojo visual é mesmo o melhor da fita.
O elenco, apesar de ser bom, não se destaca. O chapeleiro maluco não fica como uma personagem inesquecível de Johnny Depp, a Alice de Mia Wasikowska falha a expressividade necessária em certas situações e a Rainha Branca de Anne Hathaway é “parvinha” e insossa. A melhor interpretação e personagem pertence a Helena Bonham Carter com a sua Rainha Vermelha.
A parte mais fraquinha é a história, pois é tudo tão estéril de ideias, ainda para mais culminando tudo numa batalha final totalmente dispensável. Um último destaque para a banda sonora que é muito agradável.
Não parece um filme de Tim Burton, mas ao mesmo tempo também parece! É uma frase esquisita esta e se calhar é mais fácil dizer que se a parte argumentativa fosse tão trabalhada como a parte visual, estaríamos facilmente na presença de um filme inesquecível. Assim, Alice In Wonderland (Alice No País Das Maravilhas) é um bom filme, mas discreto e longe da genialidade que Burton já ofereceu.
7/10
41.057222
-8.150833