Joker: a tragédia de ser Arthur

For my whole life, I didn’t know if I even really existed. But I do, and people are starting to notice.

Arthur Fleck

Aqueles que se sentem sozinhos e isolados vão sentir uma ligação forte com Arthur. Especialmente quem sofrer de algum tipo de distúrbio e que passa os dias a tentar combate-lo. Esses vão entender os motivos. Vão sentir empatia e vão sentir pena.

Muitos vão pensar que o filme encoraja a violência ou que devemos responder com sangue a todos aqueles que não têm um pouco de decência e civismo. Na verdade, eu penso que este filme deve ser visto como uma obra que encoraja o respeito que deveria existir entre todos nós e, que a empatia entre as pessoas, deveria ser algo normal.

Todos nós deveríamos sentir que fazemos parte e que existimos.

Joaquim Phoenix está incrível e Todd Philips soberbo na maneira como transforma Arthur em Joker. A bem dizer, a cinematografia está impecável. Excelente filme!

Annihilation: onde está a Área X?

Como filme “independente” está bom.

Como adaptação do livro bastante fraco.

Eu detesto comparar adaptações, mas senti-me extremamente desiludido pela opções que Garland tomou. O filme tem os seus momentos, é verdade. Alguns deles particularmente perturbadores e visualmente espectaculares, mas falta ali muita substância, muita metafísica, muita introspecção, muita estranheza e, por mais incrível que pareça, falta a “Torre” e o “Rastejante”.

Na verdade, diria que falta a “Área X”!

Recomendo vivamente o livro.

The Babysitter: mastiga e deita fora

Desde o início que The Babysitter não tem problemas em mostrar o que pretende transmitir: pouca complexidade, muito exagero e nonsense, boas doses de piadas adolescentes e muita tensão sexual no ar.

Na verdade, acho que o público alvo deste filme é mesmo os adolescentes com menos de 16 anos embora o filme seja para maiores de 16 anos.

Eu até obtive entretenimento em algumas partes, achei alguns diálogos interessantes e inesperados, esbocei um ou outro sorriso – especialmente no inicio – mas depois as partes mais fracas começam a abundar e a coisa acaba por desmoronar.

Um dos grandes problemas é que o aparente não compromisso com as regras gerais e estrutura linear dos filmes de terror torna-se demasiado forçado, aquela estupidez boa e chungaria inteligente deixa de funcionar e, às paginas tantas, as coisas começam a parecer demasiado absurdas e até ridículas.

Talvez pareça um filme cool, dinãmico e jovem, mas na verdade é só parvo e infantil. No mau sentido.

Uma espécie de sozinho em casa fraquinho com jovens desmiolados que por acaso andam num culto satânico a fazerem merda sem qualquer tipo de lógica.

Amanhã não me vou lembrar dele.

Rogue One: a rebelião baseada na esperança

A minha relação com Star Wars é semelhante a um encolher de ombros. Talvez tenha chegado demasiado tarde ao franchise mas, como expliquei aqui mais detalhadamente, a força não está comigo.

De qualquer maneira, sinto quase sempre curiosidade em ver um novo filme da saga e nem sei bem porquê. Talvez seja a minha mente fraca a ser influenciada pelas massas.

Desta vez decidi ver a “prequela” do episódio IV, Rogue One, realizado por Garet Edwards, o mesmo que trouxe Godzilla de novo para a ribalta em 2014.

Eu achei o filme interessante, embora tenha achado o final demasiado melodramático. Mas isto sou eu, que acho os filmes seguintes um pouco overrated e, portanto, não sinto a mesma emoção que sente um fã da saga ao ver os rebeldes combaterem contra o império.

Mas sim, o filme entreteve-me bastante.

O grupo de rebeldes que decide roubar os planos da Estrela da Morte funciona bem, embora ache que Diego Luna não tenha carisma para o papel que desempenhou. Felicity Jones esteve mais ou menos bem, mas o destaque vai para o robô K-2SO que é absolutamente hilariante e o mais sincero que por ali anda.

A história é simples e quem tiver visto os filmes anteriores saberá o desfecho deste, mas isso não impede que se tire satisfação ao assistir ao caminho que os rebeldes trilham até chegar a esse tal desfecho.

Depois, existe em Rogue One tudo aquilo que é característico em Star Wars e as ligações que este faz com o episódio IV certamente farão as delícias dos fãs.

Para mim, no final, Rogue One é mais um filme Star Wars. Não me fez gostar nem mais nem menos da saga, mas não posso dizer que tenha visto um mau filme.

Top 5 – Filmes de 2017

Eu sabia que este ano tinha visto poucos filmes, mas quando fui ao meu Letterboxd deparei-me com uns incríveis e patéticos 8 filmes adicionados por mim.

Uma loucura, ora digam lá! Foi mesmo um 2017 produtivo no que concerne ao cinema. Curiosamente, parece que não fui o único a padecer do mesmo mal.

Bem, visto que não tenho sequer 10 filmes para um top 10, resta-me fazer um top 5 mais ou menos decente.

1 – Split

Parece que um dos  meus realizadores favoritos está a regressar ao topo da sua forma.

2 – Jim & Andy: The Great Beyond 

Os bastidores de um dos melhores filmes dos anos 90 com um dos grandes atores.

3 – Guardians of the Galaxy Vol.2

I am groot! E os restantes também.

4 – It

Excelente início, sobretudo.

5  – Ghost in the Shell

Adaptação mais ou menos do anime.

It: eu gostava de ter flutuado

Este filme começa muito bem: boa atmosfera, boa cinematografia, uma criança que cativa quem está a ver e um encontro terrífico que ela tem com um palhaço. Os diálogos são bons e existe uma sensação genuína de terror e suspense elevada ao máximo com os trejeitos e voz ameaçadora do vilão do filme.

Não estava à espera e, na verdade, o início deu-me esperança que IT fosse um filme de terror bom.

Mas, a partir daí, é sempre a descer. Nunca mais senti o nível de consistência da cena inicial. Existem demasiadas coisas que não fazem muito sentido, achei as motivações das crianças mal desenvolvidas e até Pennywise me parece andar ali um pouco perdido.

De qualquer maneira, It é acima da média. Fica um gostinho amargo após a excelente cena inicial e todo o potencial que me parece ter sido desperdiçado.

Eu gostava de ter flutuado…

Jim & Andy: The Great Beyond : o ator e o homem

Um documentário onde se dá uma “espreitadela” pela forma como um dos melhores atores da sua geração viveu e interpretou Andy Kaufman num dos melhores filmes dos anos 90, “Man o the Moon“.

Terá sido Andy Kaufman um génio incompreendido ou um idiota? Se calhar um pouco de ambos.

A verdade é que Jim Carrey teve aqui uma interpretação “do outro mundo” e ao ver o documentário, fiquei um bocadinho mais a perceber a nova forma de estar do ator consigo mesmo e com a vida.

A Janela indiscreta de Stan Romanek

Um dos meus maiores medo é estar deitado na minha cama a fazer uma qualquer atividade mundana, e reparar num extraterrestre a espreitar pela janela. Não consigo sequer imaginar o que sentiu Stan Romanek quando aconteceu isso mesmo.

Para os fã de Ovnilogia, aconselho vivamente “Extraordinary: The Stan Romanek Story“, um documentário disponível no Netflix onde são apresentadas algumas das dezenas de experiências que um homem teve com extraterrestres.

Existem testemunhas, fotografias, chamadas telefónicas, equações matemáticas que ninguém percebe, telepatia, raptos, operações, extraterrestes que espreitam à janela, extraterrestres que espreitam por portas. Material que parece não acabar.

Tudo credível. Nada inventado por Stan Romanek.

Eu não vejo como possa existir qualquer tipo de manipulação. A não ser com a história da pornografia infantil. Isso aposto que teve mão do governo dos EUA.

Stan Romanek é o messias de uma raça de extraterrestres e nós, humanidade, não estamos a saber receber a sua mensagem.