Daredevil, a série sem medo

Jessica Jones foi uma série que me fez perceber que se calhar estava a perder bons produtos vindos da Netflix e da Marvel. Logicamente que o passo seguinte seria ver Daredevil e, obviamente, confirmei que, de facto, a Marvel não brinca em serviço.

Á semelhança de Jessica Jones – eu sei, deveria ser ao contrário, uma vez que Daredevil saiu primeiro, mas enfim, eu às vezes ando ao contrário – a série do homem sem medo é adulta e mais intimista.

Não existe aquela espetacularidade e megalomania característica dos filmes de super-heróis. É tudo mais pequeno e contido, mas nem por isso menos eficaz e conseguido. E ainda bem que o é, uma vez que evita tornar estes heróis de banda desenhada cansativos e torna tudo mais refrescante e interessante de se acompanhar.

Daredevil tem uma história clássica de heroísmo, ainda que o tom negro e depressivo esteja presente.

Matt Murdock, o herói, procura justiça pelas próprias mãos, utilizando métodos brutais para o conseguir. Aliás, esses seus métodos tornam-se num conflito pessoal seu, uma vez que o leva a questionar-se se não estará a perder o controlo e apenas a querer sangue.

As relações entre as personagens é um dos pontos altos da série. Aqui sente-se cada morte e damos por nós a torcer para que os justos vençam e que o dia amanheça menos sombrio.

Um dos pontos altos, foi o cuidado que tiveram com o grande vilão. Wilson Fisk, mais conhecido por Kingpin (curiosamente nunca ouvi este nome na série) não foi retratado da forma que se estaria à espera.

Sim, ele é mau, sem escrúpulos, lutando por uma retorcida ideia utópica de uma cidade melhor, mas também teve um passado em que teve que lidar com um pai abusivo e violento. Depois a solidão que sente, a paixão por Vanessa e o facto de ter parceiros que o pressionam para continuar os seus negócios obscuros, fazem com que tenhamos um pouco de empatia por ele.

Quase dá vontade de ver qual seria a sua visão para uma cidade melhor. A sua cidade.

Mas isso desmorona-se quando as coisas começam a perder o controlo e ele revela-se como um homem perturbado, repleto de fúria.

Os meus parabéns a Vincent D’Onofrio que está soberbo no papel que interpreta. Não foram poucas as vezes que me pareceu perfeito como Kingpin.

Matt Murdock também está muito bom como Daredevil, devo dizer. Aliás, todo o elenco está bastante bem e todos têm um papel a desempenhar na história. É mais um ponto interessante a favor da série, uma vez que não existe só Daredevil e Kingpin para se ver.

Para terminar o texto que já vai longo, quero enaltecer as coreografias feitas para os momentos de ação. Estão todas muito boas e os momentos de pancadaria são, regra geral, bem intensos e espetaculares.

Daredevil é uma boa série que me agradou substancialmente. Aguardo com expectativa a segunda temporada.

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