Paul Anderson… espera lá, se calhar é melhor dizer Paul W. S. Anderson não vá alguém fazer confusão e pensar que estou a falar do homem que trouxe Magnolia para a humanidade. Falo do outro Paul Anderson, aquele que fez de Resident Evil uma tortura mental repetida até à exaustão.
Não é que tenha a melhor das opiniões do realizador, mas quando encontrei o Poster e a sinopse de Event Horizon, parei e pensei:
“Pôrra, estou farto de andar a fazer scroll em busca de um filme para ver nesta tarde solarenga. Vai ser este mesmo. Oh, é do gajo do Resident Evil. Se calhar é melhor fazer mais scroll… Mas tem naves e terror e é de 1997. O gajo nessa altura, se calhar, ainda não tinha enveredado pelo over the top ridículo. Pode ser. E tem Laurence Fishburne e Sam Neil. Ao tempo que não vejo um filme com o Morpheus e o professor do Jurassic Park. Que se lixe. Vai este!”
E até que nem foi muito mau. Diria que um pouco desequilibrado na história, uma vez que não conseguiu manter sempre o mesmo nível de qualidade. Mas tem para ali vários momentos bem interessantes.
E, melhor que tudo, é contido, ou seja, sem câmaras lentas ou a movimentarem-se freneticamente de um lado para o outro. Anderson preocupou-se em criar um ambiente de intriga e suspense e diria que por vezes fê-lo bem.
Claro que depois surgiram situações que não me agradaram especialmente e o filme, no fundo, não me mostrou nada de realmente novo.
É uma espécie de Alien com Solaris e Hellraiser. Claro que nunca atinge, nem de perto, a qualidade destes últimos, mas entreteve-me bastante bem. Nada mal para um filme vindo do gajo do Resident Evil.