Há umas semanas atrás, andava eu pelo IMDB a pesquisar uma qualquer série para nova maratona. Depois de Lost, queria algo mais curto. Quando dei por mim, fui parar a Twin Peaks. David Lynch, duas temporadas. Porque não?
Pareceu-me bastante bem. Ainda para mais quando vi que tinha 9/10 de rating. Já tinha ouvido falar da série. Queria passar a “eu vi a série”!
A minha barreira a David Lynch
Twin Peaks, na verdade, é a minha primeira experiência a fundo com David Lynch. Existe(ia) um certo estereotipo com este realizador. Associado a elementos surreais muito fortes, que tendem a ser facilmente exagerados, confesso que existia uma pequena barreira no meu cérebro, no que toca a Lynch.
Eu sei, é francamente estúpido, mas é a mais pura das verdades. Eu associava Lynch a algo esquisito, surreal, como um puzzle de ideias que nem todos conseguem perceber ou descodificar.

Não sei se Twin Peaks é o reflexo do estilo de Lynch. O que sei é que é uma série fantástica.
O surreal está presente, mas não é nada de esquisito. Todos os meus receios, ampliados por uma barreira imaginária no meu cérebro, foram desmistificados. Para aqueles que sentem o mesmo (provavelmente ninguém), sintam-se encorajados.
Um crime numa cidade repleta de pessoas… esquisitas.
A primeira temporada de Twin Peaks começa com um episódio de 90 minutos, ou seja, um episódio com duração de longa metragem. Nele é-nos apresentadas as principais personagens que vivem numa pequena cidade chamada, surpreendam-se, Twin Peaks, onde ocorre um assassinato.
Harry, I have no idea where this will lead us, but I have a definite feeling it will be a place both wonderful and strange. – Dale Cooper
Quem cometeu esse assassinato? Quem foi capaz de tirar a vida a uma jovem chamada Laura Palmer? Porquê?
Ninguém sabe. Mas toda a gente quer saber. Os pais de Laura. Os amigos. Os vizinhos. A polícia. O FBI. Eu. E é essa curiosidade, em saber quem cometeu tal atrocidade, que torna a série tão interessante.
Claro que a curiosidade seria mínima, ou nenhuma, se as personagens que habitam Twin Peaks não fossem interessantes. Mas eles são. Oh, se são.

Pessoas ambíguas, estranhas, excêntricas. Todas com os seus mistérios. Todas genuinamente cativantes. Inclusive Laura Palmer, que parece não ser a pessoa que toda a gente imaginasse que fosse.
Os primeiros episódios são bastante realistas. Até ao episódio em que o agente especial do FBI tem um sonho alucinado. A partir daí, o surreal começa a ganhar força e a ser parte integrante da investigação.
É um estilo muito característico, um bocado alienígena, mas deveras interessante. A mistura entre o real e surreal, acompanhado pela excelente banda sonora, e trazido á vida pelas excentricidades das personagens, dá um ambiente verdadeiramente sui generis á série.
É quase magnético, devo acrescentar.
O agente especial do FBI mais fantástico da televisão
Por falar em personagens, o agente especial do FBI, Dale Cooper – interpretado de forma soberba, por Kyle MacLachlan – é uma personagem genial. Inacreditavelmente cativante. É o espelho do género da série.

Tanto faz deduções lógicas, como a seguir interpreta sonhos como se fossem mensagens reais. É a mistura entre o real e surreal. E o humor. Meu Deus, é hilariante.
Talvez afaste algumas pessoas pelo seu estilo característico. É pena. Twin Peaks, é entretenimento e diversão do melhor que há. Audacioso, provocante, desafiador e único.
Uma experiência definitivamente recompensadora. E ainda só vi a primeira temporada.
Sinto que agora é que vai verdadeiramente começar!
Respostas de 3 a “Twin Peaks – A Primeira Temporada”
[…] série deixou-me boas impressões. A primeira temporada foi de altíssima qualidade. A segunda nem tanto, mas ainda assim repleta de bons momentos. […]
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[…] minha jornada por Twin Peaks acabou recentemente. A primeira temporada agradou-me muito, sendo que o início da segunda, parecia prometer que a qualidade não iria […]
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[…] minha jornada por Twin Peaks tem sido fantástica. A primeira temporada, que falei aqui, foi marcante e a segunda (ainda nem a meio vou), vai pelo mesmo caminho. Talvez falarei dela mais […]
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