A vida corre normalmente numa pequena cidade, até ao dia em que se ouve ecoar um alarme sonoro, numa espécie de aviso para o que estaria para vir. Logo de seguida, vinda das montanhas, uma neblina intensa começa a envolver a cidade.
É tão forte, que torna a visibilidade quase nula. Mas o problema não é esse. A neblina parece esconder mistérios assustadores. Alguma coisa caminha no seu meio. Resta aos pobres coitados daquela cidade, incrédulos com a situação, lutarem pela vida.
The Mist é mais um filme de Frank Darabont, adaptado de um livro de Stephen King. Apesar de conter elementos sobrenaturais e apostar no horror como força motriz, é na sua essência, um exemplo do que o medo irracional pode fazer quando diversas pessoas se encontram no mesmo espaço.
Mais do que lutar pela vida contra criaturas desconhecidas, é lidar com pessoas assustadas, capazes de fazer e acreditar em tudo. Mais do que um terror vindo dos monstros do lado de fora, é o terror vindo dos monstros de dentro.
É essa dicotomia que torna o filme interessante. A personagem de Marcia Harden (a fanática religiosa) é talvez das personagens mais irritantes, estúpidas e retrógradas que já vi num filme. Mas é assustadoramente real. Porque quando o medo do desconhecido se torna demasiado poderoso, existem sempre pessoas que dele se vão alimentar. E contra esse instinto primário, pouco há a fazer.
The Mist é um filme interessante. Longe de ser perfeito, com over-acting a espaços e situações que podiam ser desenvolvidas de outra forma, mas interessante de se acompanhar. Vale a pena dar uma espreitadela.
Ah, e o final é dos mais espetaculares e surpreendentes que já tive oportunidade de assistir. Kudos para Darabont e King por terem arriscado assim.
★★★★★★★☆☆☆
As a species we’re fundamentally insane. Put more than two of us in a room, we pick sides and start dreaming up reasons to kill one another. Why do you think we invented politics and religion?
2 opiniões sobre “Crítica: The Mist (2007)”