Há uns dias atrás, consegui corrigir uma falha minha. Não será a única, é certo, mas era algo que me causava certa comichão. Ainda não tinha visto nenhum filme de Alfred Hitchcock.
Tinha visto partes de Psycho há largos anos, e nada mais. O realizador era, para mim, apenas um nome elogiado por muitos. O mestre para aqui, o melhor para acolá. Psycho isto, Rear Window aquilo. E eu ali, especado, sem saber o que dizer. Sem saber se concordo ou não com tanta aclamação.
Não mais!
Decidi-me a ver um filme seu e, o escolhido, foi Rear Window (A Janela Indiscreta). Não queria começar por Psycho, e a premissa de Rear Window, deixou-me curioso.
Um homem tem um acidente de trabalho (Jefferies, interpretado por James Stewart) e vê-se confinado a uma cadeira de rodas por algumas semanas. Preso no seu apartamento, dedica-se a observar, da janela, a vida dos seus vizinhos.
O seu voyeurismo leva-o a descobrir ou, pensa ele, um assassino. Convencido do facto, leva a cabo uma investigação com a ajuda da sua namorada lisa (interpretada pela linda Grace Kelly).
No fundo, o argumento é bastante simples. Aliás, tudo parece simples. Até nos cenários, sendo que, estamos sempre no mesmo (o apartamento de Jefferies) e apenas vimos dali a vizinhança e a restante ação.
Mas tudo está tão bem conjugado e apelativo, que não conseguimos desviar o olhar. É como se fossemos todos nós, um Jefferies.
Como se todos nós fossemos voyeurs e estivéssemos perante o mesmo dilema dele. Terá ou não sido cometido um assassinato?
A escolha de tudo ser filmado a partir do apartamento é extremamente inteligente, por isso mesmo. O espetador sente empatia pelo que é apresentado, importa-se e, mais importante, quer saber o que vai acontecer.
Toda a gente gosta de “cuscar” a vida dos outros (a forma moderna de o fazer é através das redes sociais) e, toda a gente, gosta de desvendar um bom mistério. Enredo simples, mas muito cativante.
Depois, Hitchcock conduz tudo na perfeição. E o elenco, principalmente Stewart e Grace Kelly, fazem o resto.
Rear Window é, portanto, brilhante na sua “simplicidade” e execução. Excelente!
Foi o meu primeiro de Hitchcock, mas não será o último.
★★★★★★★★★☆
We’ve become a race of Peeping Toms. What people ought to do is get outside their own house and look in for a change. Yes sir. How’s that for a bit of homespun philosophy?
Nunca é tarde para começar a visualizar um mestre como este. Crime seria se não existisse interesse de o explorar eheh O Rear Window é realmente excelente, dos meus preferidos dele (e vi muito pouco ainda da sua filmografia). O uso do espaço é brilhante. Um verdadeiro casamento entre cinema e arquitectura. Entre os que vi aconselho principalmente o “Rope”, “Psycho” e “The Birds”.
Parabéns pelo espaço! Só o conheci através da iniciativa do Caminho Largo.
Cumprimentos,
Rafael Santos
Memento mori
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Viva, Rafael!
Sim, nunca é tarde. Mas agora que vi Rear Window, sinto que poderia ter começado mais cedo. 🙂
Cumprimentos.
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Olá Ricardo, não me lembrava ou me tinha apercebido de que tinhas voltado ao ativo; eu, que também tive retirado durante uns meses.
Já vi vários filmes do Hitchcock mas faltam-me sempre ver ainda tantos. Este é de facto muito bom!! Dos meus preferidos dele.
Passa lá pelo CINEROAD, voltarei com toda a certeza a comentar 😉
Até breve,
Roberto Simões
http://cineroad.blogspot.pt/
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Tenho visitado o Cineroad, desde que ele voltou ao ativo. Tentarei comentar mais.
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Prezado amigo, por favor não pense que não ter assistido a (muitos) filmes de Hitchcok seja uma falha sua para com o mundo.
Ao contrário, é uma falha do mundo o não lhe ter oferecido muitas oportunidades para assistir Hitchcock. 😎
Dizemos isso porque é um grande prazer assistir qualquer filme de Hitchcock, pois, além de inteligentes e de fazerem pensar, os filmes de Hitchcock são muito agradáveis de se assistir.
Parabéns pelo novo blogue.
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Obrigado. 🙂
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