A série, que falei aqui, de Hideaki Anno teve a sua estreia em 1995, dividida por vinte e seis episódios. O sucesso foi grande, prémios sucederam-se, mas devido a problemas financeiros que a editora da altura, a Gainax, teve, a série sofreu pressões desnecessárias.
Para além do mais, o final foi altamente contestado por ter sido tão, digamos que, diferente. Quem o viu, sabe do que estou a falar.
No entanto, a mitologia muita rica da série tinha grandes potencialidades e como tinha sido bastante elogiada, surgiram outras edições com algumas alterações, filmes e até um final alternativo (que apesar de não ter sido tão “esquisito”, continuava a não ser propriamente acessível).
Ao fim destas revisitações, não seria de esperar mais alguma por algum tempo, mas parece que Anno nunca se sentiu satisfeito com a obra criada e anunciou há uns tempos atrás quatro filmes que contariam a história de uma outra forma, com a ajuda de técnica moderníssimas de animação.
O primeiro e o segundo filme já foram lançados, sendo que o terceiro está previsto para estrear este ano.
Está previsto, pois já foi adiado algumas vezes. Aliás, já os dois primeiros o haviam sido. De qualquer forma, eles vão saindo e confirmando as promessas do seu idealizador que referi ali em cima.
Evangerion shin gekijôban: Jo aka Evangelion: 1.0: You Are (Not) Alone, saiu em 2007 e condensa em noventa minutos os primeiros seis episódios da série. Apesar de ter algumas alterações na história, a maior parte dos minutos são iguais aos da série original.
Como disse Hideaki Anno: «o filme é um remake fiel á série original.»
A grande diferença é que tudo ficou mais épico e espectacular, graças, sobretudo, á excelente qualidade da animação! As batalhas com os Anjos (que estão melhores) são mais intensas, especialmente a última, com o anjo em forma de octaedro, que achei sensacional.
De resto, pouco ou nada mudou.
Shinji continua a ser um pouco criança chorona (se bem que um pouco menos), Rei uma das melhores personagens com a sua personalidade misteriosa, Misato forte fora de casa e bem “javarda” dentro dela, e Gendo um bocado desprezível (mas á semelhança de Shinji, um pouco menos) .
Mas houveram algumas surpresas. A surpreendente inclusão de algumas cenas que, para quem viu o original não estaria á espera que surgissem tão cedo. Falo, nomeadamente, do momento em que aparece Lilith e do final, com a misteriosa conversa entre Kaworu (uma das personagens que mais gostei na série) e a malta da SEELE.
Como nota final digo que não é preciso ter-se visto a série original para se apreciar este primeiro filme.
8/10
Evangelion shin gekijôban: Ha aka Evangelion 2.22: You Can (Not) Advance, já começa a mostrar que estamos perante um novo Evangelion!
Somos logos presenteados com uma nova personagem (Makinami Mari) no início do filme e, diga-se de passagem, uma excelente personagem. Chegamos ao fim do filme, sem perceber bem o que ela está ali a fazer, mas digo de caras que sempre que Mari entra em cena, rouba o show só para ela.
Depois temos mudanças na história, em algumas personagens e a tentativa em se criar uma espécie de triângulo amoroso entre Shinji, Rei e Asuka (outra criança piloto que surge neste filme).
Essa tentativa é de certa forma compreensível, uma vez que faz com que o final seja mais emocionante. Quer dizer, tenta fazer, pois a mim especialmente não me convenceu.
Acho que faltou um bocadinho mais de desenvolvimento nas personagens para me sentir emocionalmente agarrado ao destino delas. Sendo assim, não senti o peso dramático que supostamente deveria ter sentido. Mas compreendo, que muitos achem algo de épico e grandioso.
A qualidade da animação, essa, continua extremamente elevada. Tive oportunidade de ver em gloriosos 1080p e num sistema 5.1 Dolby Digital Pro Logic num ecrã de 24 polegadas e fiquei abismado!
Um dos pormenores, e até me esqueci de referir em relação ao primeiro filme, é que a banda sonora está no geral muito bem implementada e torna tudo ainda mais grandioso. No entanto, e sublinho que o primeiro filme não sofre deste problema, acho que a inclusão daquelas música pop japoneses em momentos chave da fita, foram decisões infelizes. Não fiquei especialmente agradado, mas pode ser algo mais pessoal, e por isso mesmo ter diferentes resultados em vocês.
O final deste segundo filme, deixa muita curiosidade no ar para o que ainda está para vir. A história já vai bem diferente e até a personalidade de certas personagens também. Não sei se agradou aos fãs da série original ou não, mas foi um risco que Anno escolheu correr.
Uma coisa não se pode negar. Evangelion continua a ser (apesar de já não ser tão inovador como o foi em 1995), um dos melhores animes japoneses.
E algo que, em Live-Act, seria brutal de se assistir!
Ainda faltam dois filmes e nota-se que será preciso vê-los para termos a real noção do valor desta “atualização”. Ainda assim, recomendo a quem tiver oportunidade, especialmente se fôr fã de bons animes.
8/10
Para terminar, deixo um pequeno resumo da história:
Evangelion é uma história pós-apocalíptica que gira em torno de uma organização chamada NERV, que foi criada para combater seres conhecidos como Anjos, que ameaçam o futuro da humanidade.
A NERV, utiliza como armas, unidades gigantescas de combate chamadas Evangelion, ou EVA’s, que são controladas por adolescentes especificamente escolhidos. Um desses adolescentes é a personagem principal.
No entanto, os Anjos, os Eva’s e os adolescentes, todos eles fazem parte de um plano ainda maior e que envolve o destino de toda a humanidade.
Percebo, percebo 🙂
Mas confesso que já não me recordo dessas músicas 🙂 e eu até tenho um fraquinho por jpop 🙂
E o 3º nunca mais chega XD
GostarGostar
Um 8?
Bem, dentro do mundo do anime seria um 10 indiscutível! Mas acho que já estou vocacionado em demasia para tecer análises circunscritas ao meio em si.
Quanto ao atraso dos filmes… é normal e depois de teres lido o meu post sobre o Hideaki Anno deves perceber melhor um dos “porquês”.
As coisas entre o Anno e a Gainax já tiveram mesmo melhores dias…
GostarGostar
subscrevo totalmente, mas a minha “nota final” para o segundo filme teria que ser inferior À do primeiro 🙂
GostarGostar
Pois, hesitei muito na minha nota dada ao segundo filme. Inicialmente dei um 7, mas pensei bastante e acabei por dar o benefício da dúvida para o que está a vir e como poderá complementar este segundo filme. Não sei se me faço explicar.
Mas sim, este segundo filme tem pormenores que não me agradaram propriamente, especialmente aquelas músicas pop em momentos chave.
GostarGostar