Um adolescente normal certo dia pergunta a si próprio: “Como é que ninguém ainda tentou ser super-herói?”. Rapidamente, esse adolescente, chega á conclusão que dói muito tentar ser super-herói. Contudo, e após levar uma tareia a tentar proteger um cidadão da opressão de uns vagabundos, o Kick-Ass ganha uma popularidade abismal, e outros heróis surgem.
Tecnicamente competente e eficaz, kick-Ass opta pela via de ser “cool” a toda a força, em detrimento de qualquer moral, por mais pequenina que seja. Tenho lido muito á cerca deste filme, e questiono-me como é possível tanta gente ter gostado do filme e achar toda uma violência gratuita efectuada por crianças de 11 anos normal!?
Chamem-me conservador, mas estou com Roger Ebert quando diz: “Deverei ter sentimentos, ou fingir ser fixe? Parecerei perdidamente obtuso, se achar o filme moralmente repreensível e se parecerei não ter percebido o seu objectivo?”
Para além de toda a violência, admira-me a falta de sentimentos daquelas crianças. A mãe do actor principal morre e não se passa nada. Aliás, querem fazer daquela morte um momento cool e humorístico, como quando alguém adormece por estar de ressaca… Se calhar até é esse o objectivo do filme, mas, e isto é pessoal, achei tudo um bocado doentio.
A hit-girl é uma verdadeira máquina assassina e não esboça nenhum sentimento enquanto corta pernas, esfaqueia troncos, alveja cabeças, etc; já para não falar na sua resistência super-humana, pois na última batalha consegue escapar a golpes quase sem nenhum arranhão…
É um filme um bocado perturbador, com uma ironia e um humor negro deveras exagerado. Vive á custa apenas e só de violência (verbal e física), o que não é necessariamente mau. Agora quando essa violência é praticada por crianças…
Quem souber conviver bem com isto, não perde nada em ver o filme, que, e nem tudo é mau, na componente técnica consegue ser bastante bom, com a sua realização frenética e actual e a sua banda sonora refrescante.
Respostas de 11 a “Kick-Ass (2010)”
[…] – KICK-ASSViolência gratuita, mais violência gratuita e mais violência gratuita. Chamem-me conservador, mas […]
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[…] de ação brutais; banda sonora bem esgalhada e uma grande realização de Matthew Vaughn (Kick-Ass, […]
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[…] pode ser comparado a Kick-Ass na temática, mas a sua abordagem é bem mais, como hei-de dizer, peculiar. Com humor negro e muita […]
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[…] Kick-Ass – 8,1 (106 832 votos) […]
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Discordo com a crítica mas, como é óbvio, respeito.
Aliás, discordo completamente, já que, para mim, a Hit-Girl é quem faz o filme – hilariante. É, como dizes, um filme de violência completamente gratuita, de humor pop culture e negro, que resulta num balanço engraçado entre o entretenimento puro e a história de comics e o quase ridículo (graças ao exagero intencional).
Na altura fiz a crítica no meu blog e refutei várias críticas feitas ao filme, mas que não passaram muito pela tua.
😉
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Ok, não estou a perceber bem o grande problema de ter uma miúda num filme violento. Tipo, tu sabes bem que não é real, é um filme, é tudo inventado.
Já agora “caralho” e “foda-se” são só palavras, é o que são, palavras como todas as outras que usaste para escrever o post, e como todas as que estou a usar para comentar. Podes-me é dizer assim, no contexto é outra coisa, sim, está bem. Mas novamente é só um filme. Mas concordo os putos não deviam usá-las, só por uma razão, para que eu as possa usar de forma a que ainda tenham algum impacto. O que é giro, é notar-se que parece ser mais ofensivo chamar a um tipo de porco, do que filho da puta.
Ideia errada de ser um super-herói? Os super-heróis não existem, logo não vejo de onde vem a ideia errada.
Já agora não pude deixar de ler “reflecte bem o estado actual da sociedade.” Queres dizer que só agora é que temos sede de sangue, por assim dizer. Se calhar devias ter estado mais atento as aulas de história, digo eu, e isto é pior porque aconteceu na realidade, não foi feito num estúdio de cinema em que as pessoas são pagas e fazem-no de livre vontade, além de que ninguém se magoa, excepto em caso de acidente, mas isso pode acontecer em qualquer lado. Algumas coisas como a Inquisição e os seus queridos autos de fé. Os gladiadores no tempo dos romanos. Ou simplesmente linchar os prisioneiros de guerra. Saquear matar e violar tudo o que existe na aldeola que acabaram de conquistar. O chamado Holocausto na segunda guerra mundial, é outro lindo exemplo do quão pacíficos os humanos são.
A verdade é que os humanos são uns seres selvagens e brutos, só que a gente gosta de fazer de conta que não o somos, porque conseguimos fazer música, pinturas, filmes e outras coisas. Mas lá no fundo, no fundo, a gente ainda mal saiu da selva.
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Olá, Miguel.
Mesmo que seja um filme e seja tudo inventado, eu acho que deveriam existir limites. E um dos limites é não colocar crianças no meio de tanta violência.
Eu quando disse reflecte bem o estado da sociedade, não me referia á sede de sangue propriamente, mas ao facto de actualmente as pessoas estarem-se a marimbar para valores e costumes que eu acho essenciais. Já não se filtra nada, as crianças absorvem tudo como os adultos. Brevemente não haverá infância e brevemente as pessoas serão muito mais tristes e pobres de espírito.
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Epá, que tu estás a ser conservadorzinho, não leves a mal 🙂
Costumes e valores, hum… Isto não sei, mas acho muito menos criminoso meter uma miúdinha num filme a desfazer pernas a bandidos, comparado com algumas atrocidades que já fizemos, e honestamente até acaba por ser inóquo. Não te esqueças que o filme não é para crianças é para adultos, e bem estes já não têm muita inocência para se estragar (vamos fazer de conta que isso ainda existe…).
Tipo se meteres este filme a frente de um puto, aposto que ele diz que isto é uma treta, do género muito violento, e que preferia ver o Rei Leão ou a Branca de Neve (actualmente deve ser para aí um Shrek ou assim).
O problema desses “limites” que tu falas é que não são inofensivos. Por exemplo, não sei se já viste o filme Lolita do Stanley Kubrick, o filme em 1964 levou com a censura em cima, acho que dos poucos países que exibiram a cut do realizador foi a Austrália e mais um país que não me lembro, e honestamente o filme não tem nada de por aí além, até pelo contrário. Mas é normal que se tenha sucedido, porque pelos valores morais era algo taboo.
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Admito que esteja a ser conservador com este filme, mas é o que eu acho.
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Epa, eu aqui discordo! A par do recente “Inception” é o maior filme do ano! Sim, tem esse humor mais negro e “doentio”, mas o filme também não é para crianças. Sim, o filme não pretende ter moral, mas o cinema também pode ser entretenimento, e no que toca a esse aspecto é do melhor que se tem visto. A Hit Girl é das melhores criações dos últimos tempos. E depois que não revele sentimentos a cortar pernas e matar uma série de bandidos?? O cinema, para mim, não tem de ser sempre lições de vida! Aqui há cinema puro e duro, bem feito, a nivel de interpretações, banda-sonora, questões mais técnicas. Mas se este é “doentio” como dizes, o que dizer de Tarantino (que adoro) ou filmes do género de “SAW”?
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Não tenho nada contra filmes doentios. Eu adoro filmes de terror esquisitos e negros.
O Kick-Ass simplesmente me pareceu utilizar as crianças como fonte grátis de violência e “coolness”. Pois claro que não tem que ser lições de vida e isso, mas existem limites. O filme não é para crianças verem, mas tem crianças como os principais actores! Se ainda fossem jovens, ou até mesmo adolescente. Agora uma criança de 11 anos? As pessoas querem violência, e chegamos a uma altura em que qualquer tipo serve. E é tão fixe ouvi-las dizer caralho e foda-se. Que engraçado.
Para além que o filme dá uma ideia errada do que é ser super-herói, mas ok, reflecte bem o estado actual da sociedade. ´
Tecnicamente, e como pudeste ler, só disse bem. Esqueci-me das interpretações, mas de facto, são boas também.
Mantenho o que disse: moralmente acho um abuso e repugnou-me um bocado. Tecnicamente é bastannte bom.
Abraço e obrigado pelo comentário.
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