Quase não existe esperanças. O nosso planeta vai morrendo á mesma velocidade que a humanidade vai desaparecendo. Vemos The Road pela perspectiva de um pai que faz tudo pelo seu filho.”You have to keep carrying the fire”, diz a certa altura Viggo Mortensen. “What fire?”,responde a criança; “The fire inside you”.
E é isso mesmo. É necessário que a criança mantenha a chama do que nos faz humanos. Porque num futuro sem futuro, num futuro sem sociedade, todos os valores começam a desaparecer. “Are we the good guys, daddy?”.
Viggo Mortensen dá-nos uma actuação fabulosa, sublime, tão poderosa como tocante. Nunca demasiado dramático, sempre perfeito. Kodi Smit-McPhee é um achado! Um menino com um futuro auspicioso. Destaque também para Robert Duvall e Charlize Theron. A realização de John Hillcoat, a fotografia e a banda sonora são excelentes.
Mas atenção, é uma fita que precisa de uma certa disposição para ser vista. The Road, apesar de tecnicamente ser óptimo, vale mais pela reflexão que provoca em nós. Vale pelos “murros no estômago” que parece que levamos, á medida que vamos acompanhando a luta de um pai e do seu filho, pela sobrevivência, tentando sempre manter um pouco de dignidade. “Are we gonna die…now?” É demasiado forte ouvir uma criança dizer isto. Uma criança sem esperança, é como um futuro morto.
Realizador: John Hillcoat/2009
The Man: I told the boy when you dream about bad things happening, it means you’re still fighting and you’re still alive. It’s when you start to dream about good things that you should start to worry.
Respostas de 12 a “The Road (2009)”
[…] Lion King Inglourious Basterds The Road Ying Xiong Hotaru No Haka Metropolis Reservoir Dogs The Man From Earth The Others The Ghost Writer […]
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Acabei de ver o filme e sem dúvida que este filme deve estar no currículo que qualquer um goste da 7ª arte! Momentos incríveis que puxam pelos nossos sentimentos ao máximo, actuações simplesmente soberbas, tal como o Bruno disse, e ambientes visuais dignos de um grande filme.
Tenho pena de o ter visto sozinho, mas muito provavelmente isso fez-me estar mais atento a esta obra de arte.
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Agora que voltei a ler o teu texto, Ricardo, fizeste-me relembrar novamente o filme. Sim, porque este filme fez-me vivê-lo de tal forma que o sentimento final não é de mais uma história que ficamos a saber mas, sim, de uma vivência talvez educacional. E relembrando os pontos mais altos do filme, não posso deixar de passar o momento em que eles entram na cave daquela casa macabra. Foi algo muitíssimo marcante que não só poderia facilmente acontecer num momento de desespero mundial (como é no filme) como muito provavelmente já aconteceu no passado, nomeadamente os judeus na segunda guerra mundial.
Em suma é um filme que nos deixa a pensar na vida.
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Concordo Cláudio, e é óptimo quando os filmes nos fazem pensar e experienciar diversas emoções. É isso que distingue os grandes dos mais pequenos.
O momento que referes é excelente!
Abraço.
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The Road é muito mais que uma história pós-apocalíptica é mais uma história familiar onde se demonstra os riscos que se tem de forma a manter a família feliz, um exemplo a seguir. E não é um blockbuster, aliás, foge completamente a esses panoramas possuindo soberbas interpretações e uma extaordinária banda-sonora.
Abraço
Cinema as my World
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McCarthy tem tanto a dizer sobre a condição humana, e sua falta de otimismo artificial é bem-vinda. No aguarde desse filme.
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Grande grande filme!
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Imagino que já o tenhas visto, Semblas… 😉
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Gosto muito de filmes de situações limite, sem futuro. Sendo este um deles e tendo uma tão boa revisão do Ricardo, sem dúvida que vou ter de ver o filme.
Entretanto, sobre a conversa de fazeres artigos maiores ou não, gostei mais assim maior. e se fosse maior umas 5 ou 10 linhas, ficava perfeito. Apenas pedia que pusesses uns parágrafos 😀
Abraços,
Cláudio Novais
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As tuas sugestões foram tidas em consideração, Cláudio. 😉 Quanto a tamanho, vamos a ver…
Abraço.
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Vou ver!
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“Uma criança sem esperança, é como um futuro morto.”
Gostei, de facto. A minha estrada do cinema terá que passar inevitavelmente por THE ROAD.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema
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The Road não é um filme fácil, não é para estômagos fracos. Porque dá-nos socos e nós limitamo-nos a aceitá-los, como se arcássemos com o mesmo fardo que as personagens, como se a nossa estrada também não tivesse fim. A dada altura, talvez pedíssemos um argumento menos linear – uma explicação para tal apocalipse. Mas isso, nunca nos é dado. E nós limitamo-nos a esperar, angustiados. Angustiados. E nada mais.
http://splitscreen-blog.blogspot.com
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