Death is the road to awe
Esta é uma odisseia sobre a eterna luta de um homem para salvar a mulher que ama.
A jornada épica inicia-se na Espanha do século XVI, onde o conquistador Thomas (Hugh Jackman) começa a sua procura da Fonte da Juventude, a entidade mítica que se julga conceder vida eterna.
Como cientista do nosso tempo, Tommy Creo luta desesperadamente para encontrar a cura para o cancro que está a matar a sua amada esposa, Isabel (Rachel Weisz).
Viajando pelo espaço profundo como um astronauta do século XXVI, Tom começa a alcançar os mistérios que o consumiram durante um milénio.
As três histórias convergem numa única verdade quando Thomas de todas as eras – guerreiro, cientista e explorador – reconcilia-se com a vida, amor, morte e renascimento.
O cinema para além de se ver sente-se. Para mim este ponto é importantíssimo na qualidade de um filme. The Fountain é todo ele sensações e, apesar da sua complexidade, é um dos melhores filmes que já tive oportunidade de ter assistido. Aronofsky revelou-se um realizador genial. Para além de dar um estilo visual muito próprio aos seus filmes conta sempre de maneira original as suas histórias.
The Fountain é muito emocional. Nunca antes tinha partilhado tanto a dor de um personagem ter perdido a sua amada como quando vi Tommy chorar Izzy sentado em sua cama.
Rachel Weisz dá-nos uma Izy perfeitamente ciente do seu destino e que com uma serenidade admirável o aceita, mas que não deixa de ficar triste porque nos últimos momentos de sua vida o seu marido passa o tempo fora tentando arranjar uma cura para a sua doença.
Tom tenta atrasar o último capítulo o mais que pode no tempo e no espaço. Fá-lo sem compreender que obteria todo o sentido do amor se passa-se mais tempo com a sua mulher. Para viver eternamente com o amor da sua vida tem que aceitar o destino. Tem que perder o medo de morrer e perceber que a única maneira de ficar junto de Izy é aceitar a morte como um caminho para o renascimento
together we will live forever.
Tecnicamente o filme é uma obra-prima. A banda sonora de Clint Mansell é uma das melhores que já tive o enorme prazer de ouvir. Os planos, alguns verdadeiramente sublimes, as frases inspiradoras, tão poéticas como inesquecíveis, a fotografia e a toda a direcção artística elevam esta obra para lá do maravilhoso. Poderia destacar inúmeros momentos, mas certamente este texto tornar-se-ia enorme. Posso afirmar que toda uma experiência sensorial vos aguarda com The Fountain. E é tão bom assim.
Indescritível toda a atmosfera que este filme emana. Todas as sensações que produz. Por mais que me explique nunca serei capaz de mostrar o quão bom é The Fountain. É um daqueles casos típicos em que, ou se gosta ou se odeia, mas não deixem de ver. Porque se forem daqueles que verdadeiramente apreciarem a obra e toda a sua monumentalidade, concerteza terão algo que vos tocará profundamente na alma e que permanecerá na memória por bastante tempo. Nada no Universo é mais poderoso que o amor e Aronofsky mostra como ninguém a beleza desse sentimento. Por entre dor e tristeza, revolta e imcompreensão, serenidade e aceitação Hugh e Rachel interpretam uma das mais belas histórias de amor de sempre.
Simplesmente inesquecível.
The Fountain – O Último Capítulo
Deve ser muito bom.
Vou arranjar isto! 🙂
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@Roberto F. A. Simões
É realmente fabuloso o filme e, para mim, um dos melhores já feitos. Absolutamente brilhante. Coloquei um bocadito do diálogo que transcreves-te no fim da crítica também. Curioso…
Abraço e obrigado pela visita.
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CINEROAD
http://cineroad.blogspot.com/
«Our bodies are prisons for our souls. Our skin and blood, the iron bars of confinement. But fear not. All flesh decays. Death turns all to ash. And thus, death frees every soul. »
Extremamente poético, filosófico, fabuloso. Um dos melhores filmes de sempre.
Quando fui ver este filme e saí da sala de cinema, a única expressão que me saiu (perdoem-me a expressão) foi: «tive um orgasmo psíquico!», porque é de ficar sem palavras! Este filme é uma experiência, uma verdadeira e assombrosa experiência! É difícil explicar o que se sente perante uma obra-prima como esta. O argumento é arrepiantemente primoroso. E a realização é a de um génio: Darren Aronofsky. Rachel Weiz está como nunca e Hugh Jackman está brilhante em toda a sua versatilidade. A fotografia de Matthew Libatique e a banda sonora de Clint Mansell serão como o filme: eternas. A imagem e o seu simbolismo poderoso são extremamente marcantes. E como eles, uma das maiores histórias de amor de sempre da história do cinema. O que é a morte? Deixo-vos a seguinte passagem, de um dos mais inesquecíveis diálogos do filme:
«Izzi: Remember Moses Morales?
Tom Verde: Who?
Izzi: The Mayan guide I told you about.
Tom Verde: From your trip.
Izzi: Yeah. The last night I was with him, he told me about his father, who had died. Well Moses wouldn’t believe it.
Tom Verde: Izzi…
Izzi: [embraces Tom] No, no. Listen, listen. He said that if they dug his father’s body up, it would be gone. They planted a seed over his grave. The seed became a tree. Moses said his father became a part of that tree. He grew into the wood, into the bloom. And when a sparrow ate the tree’s fruit, his father flew with the birds. He said… death was his father’s road to awe. That’s what he called it. The road to awe. Now, I’ve been trying to write the last chapter and I haven’t been able to get that out of my head!
Tom Verde: Why are you telling me this?
Izzi: I’m not afraid anymore, Tommy. »
CINEROAD
http://cineroad.blogspot.com/
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@fernando ribeiro
A banda sonora de Requiem for a Dream também é fabulosa, mas pessoalmente prefiro esta. Clint Mansell tem o condão de me fascinar.
@fifeco
Sim, decidi rever. Certamente que não será a última vez, pois algo assim é raro de se criar.
Cumprimentos! 🙂
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Já vi que acabaste mesmo por rever a fita e fizeste muito bem. É uma experiência marcante e muito intensa além de ser extremamente filosófica, mesmo ao meu estilo :p
Abraço
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Embora concorde que esta banda sonora de Clint Mansell é formidável, devo confessar que a minha preferida é a de “Requiem for a Dream”, também de Aronofsky.
“The Fountain” é de facto todo ele excepcional, provando que Aronofsky é um dos realizadores mais inovadores e interventivos da actualidade.
Abraço.
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